bloglovin
RSS


(…) É, pessoal, não tem jeito: Relacionamento a gente constrói. Dia após dia. Dosando paciência, silêncio, longas conversas… Engraçado, assim, que quando a gente pára de acreditar em amor da vida, o amor pra vida da gente aparece. Sem o glamour da alma gêmea. Sem as promessas de ter pra sempre. Sem as tais borboletas no estômago. Sem noites de insônia. É uma coisa do tipo: Você vai, conhece o cara, começa aos poucos a admirá-lo, achá-lo foda… Quando vê está fazendo coraçãozinho com a mão igual a uma pangaré, escrevendo texto no blog para que ele entenda uma coisa: Dessa vez, meu caro, é diferente. Adeus, expectativas irreais. Adeus, sonhos de adolescente. Ele vai esquecer todo o mês o aniversário de namoro, mas ele vai se lembrar sempre que você gosta do seu pão de sal bem branco e com muito queijo. Ele não vai fazer declarações românticas e nem jantares a luz de velas, mas vai saber que você está de TPM no primeiro “oi”, te perdoando docemente de qualquer frase dita com mais rispidez.
Ah, gente, sei lá, eu descobri que eu gosto mesmo é do amor. Da paixão, não. Depois de anos escrevendo sobre querer alguém que me tire o chão, que me roube o ar, eu venho humildemente me retificar: Eu quero alguém que divida o chão comigo. Eu quero alguém que me traga fôlego, entenderam? Quero dormir abraçada sem susto. Quero acordar e ver que, aconteça o que acontecer, tudo vai estar em seu lugar; sem ansiedade, sem montanha-russa.
(…) Não existe nada mais contestador do que amar uma pessoa só. Amar é ser rebelde, é atravessar o escuro… É, no meu caso, mudar o conceito de tudo o que eu pensei que pudesse ser amor. Não… Antes era paixão, antes era imaturidade, antes era uma procura por mim mesma que não tinha acontecido. Eu sei que já falei muito sobre o amor e acho que é o grande tema da vida da gente, mas amor não é só poesia e refrão. Amor é reconstrução, é ritmo, pausas, desafinos e muitos desafios. Eu demorei anos para concordar com o meu querido Cazuza: “Eu quero um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida”. Antes, ao ouvir essa música, eu sempre pensava: Porra, que tédio! Ah, Cazuza… Ele sabia. Paixão é pros fracos, mas amar… Ah, o amor… Amar é punk!
Fernanda Mello - Crônicas Digitais: Amar é Punk

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Siga-me os bons!